"Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus" (Filipenses 4.6-7). Martyn Lloyd-Jones, no livro Depressão Espiritual traz alguns comentários muito preciosos sobre esse texto e que muito me ajudaram em momentos difíceis.
Quem de nós não almeja paz? Quem não deseja ser livre da ansiedade em tempos de incerteza? Assim como para todas as demais áreas da vida, a Palavra nos traz direcionamento acerca desse tema.
O texto de Filipenses 4.6-7 começa com dois mandamentos, "não andar ansioso" e "apresentar os pedidos a Deus". O primeiro deles parece impossível. A ansiedade ocorre justamente quando a "tirania das circunstâncias" nos coloca contra a parede e somos vítimas dos nossos pensamentos e emoções. "E se isso acontecer? E se essa febre não baixar?". Ninguém duvida que a ansiedade não resolve a situação, mas também falar isso não adianta nada, já que o problema continua lá intocado.
Por isso, entra em cena o segundo mandamento, que é constituído de três partes.
Na primeira parte, somos incentivados a nos achegar a Deus em oração. Ou seja, esquecer por um instante os problemas para estar com o Senhor. Olhar para Ele e desfrutar de Sua presença. Com isso, nos colocamos em nosso lugar e lembramos de que não somos deus. Ele é. Não enxergamos o quadro completo como Ele enxerga (lembrar do exemplo de Jó).
Na segunda parte, expomos a Deus aquilo que nos aflige. É bem verdade que Deus conhece perfeitamente a situação (melhor do que nós mesmos. Mesmo assim, temos acesso a uma consulta gratuita com o Criador a qualquer momento e lugar.
Por fim, a terceira parte: as ações de graças. Por pior que seja nossa dificuldade, sempre temos histórias de vitória para relembrar. É muito mais fácil esquecermos dos momentos bons do que dos ruins. Por isso, precisamos ser intencionais em sermos gratos e deixar para trás qualquer mágoa contra Deus.
Como resultado de todo esse processo, a promessa é que encontraremos paz "que excede todo entendimento". É uma paz que não depende das circunstâncias. Não temos a promessa de que o que nos aflige cessará. Como disse também Lloyd-Jones: "A glória do evangelho é essa: Ele está preocupado conosco, e não com nossas circunstâncias". Independentemente do desfecho, sabemos que Deus nos dará força para suportarmos mais essa prova.
Texto: Bruno Chaves
Engenheiro civil e líder da Mocidade para Cristo no Brasil (MPC) em Santa Maria